Homenagem à Hallina

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Proteção animal, violência no Mundo: em que classe social está faltando mais cultura?

O trabalho de "proteção e defesa aos animais" realizados por pequenos grupos de protetores voluntários e Ongs, ainda é pouco valorizado, difundido, e até escrachado por muitos, ora por grande parte da sociedade justificar este desdém como um assunto menos relevante frente às contas pessoais, despesas, carreira, status, busca do sucesso, e mais egoisticamente por terem medo de serem ridicularizados, afinal, proteção animal parece estar relacionada diretamente com vegetarianismo, cujos membros são seres ainda qualificados como letárgicos, sem vida, sem sangue nas veias, sem desejo sexual, sem dinheiro no bolso, sem objetivos de crescimento, etc.

Somando-se a isto, o senso comum dita que estes grupos (ambos) são pessoas “woodstockianas”, que buscam em seus atos protetores uma catarse para sua carência mal resolvida.

Na verdade, estes dados representam pura falta de informação e cultura ambiental.

Quem veste a camisa da defesa animal, de fato, não está somente defendendo outras espécies da natureza, como também, visando o bem estar de todos, incluindo daqueles que o desdenham, seja pelo escracho ou seja pela omissão, e que significa compactuar com a situação, leia-se aqui, falta de consciência e coragem em tomar atitudes, mesmo que pequenas, que colaborem para nosso bem estar, seu bem estar.

Nos países mais evoluídos, como os EUA, por exemplo, existem vários estudos sobre a influência do cuidado animal ou mal trato e o desenvolvimento de distúrbios de personalidade e serial killers.

Foram criados estatutos mais duros contra a violência à que animais são submetidos e com penas maiores, incluindo tratamento de saúde mental obrigatório para os infratores.

O FBI também passou a incluir, ao construir a ficha de um criminoso para o julgamento, as informações sobre crueldade contra o animal.

Um estudo de 28 criminosos condenados por homicídios e crimes sexuais, descobriu que a existência de crueldade contra os animais era de 36% na infância, e 46% na adolescência. (Ressler Burgess & o Douglas, 1988).Detalhe, pesquisa realizada há 9 anos atrás...

Percebe-se aqui a exata correlação: desrespeito aos animais X forte influência na situação atual de violência na sociedade como um todo.

O grau de violência do mundo, atitudes advindas do “ser humano”, está tão diretamente relacionado com o mal trato aos animais (desrespeito aos animais), quanto á falta de emprego.
Atualmente, os assuntos em pauta são o superaquecimento global, a Amazônia, as grandes catástrofes ocorridas nestes anos...Assuntos estes, de cunho tão importante como, porém de maior aceitabilidade pela sociedade.

Pergunto eu, como um dito ser humano é capaz de se preocupar em adotar atitudes que colaborem para o não superaquecimento, ou para o replantio de árvores, ou o salvamento da Amazônia, se diante de fatos corriqueiros da vida ele sequer move uma palha ou email?

É até hilário a controvérsia da conservação e replantio de novas árvores, onde nelas, conforme tenho recebido vários emails de entidades protetoras, hoje em dia tem sido encontrados cachorros "dispensados" pelos seus donos, amarrados, para que não voltem atrás...

Realmente estas árvores são muito bem cuidadas e fortes! As protetoras e veterinários solidários que os digam, quando recebem um cão quase degolado pela corrente ou corda amarrada em seu pescoço junto às tais árvores, tão protegidas, muitas vezes pelo mesmo ser humano que abandona seus fiéis amigos.

Com certeza, os que se preocupam com os animais também se preocupam com o ambiente, mas o inverso ainda está longe da realidade...

Temos muito o que aprender no tocante à convivência com semelhantes, seja da mesma espécie ou não.

A diferença entre seres e seres humanos está enraizada no nosso ego x trabalho interno da desmitificação dos sensos comuns que aprendemos e que ainda assim seguimos, com medo de sermos rejeitados pela sociedade, na desmistificação de vegetarianismo, na compreensão da totalidade da palavra humano em nosso ser e assim, na re-educação dos valores aos nossos filhos, integrantes da futura sociedade.

Abrir oportunidades para conhecer outros assuntos que não do nosso rol é bom, saudável, muda nossa rotina, nos proporciona o aprendizado em outras áreas da vida, abre horizontes e novas oportunidades de contato, leia-se aqui, contato com engenheiros, administradores, executivos, economistas,psicólogos, médicos, delegados, advogados, e muitos profissionais que vestem a camisa dos que buscam uma melhor consciência de onde também está a raiz de nossos problemas atuais.

Sempre fui questionadora, e como psicóloga, me tornei mais ainda...O que percebi nesta realidade ditada é que no tocante ao meio ambiente e aos animais, ainda existem muitas idéias errôneas e preconceituosas em relação à esta atividade, e que quase sempre estão relacionadas ao dinheiro e status...Percebo o quanto ainda estamos egoístas.

Muitos protetores voluntários possuem um bom poder aquisitivo, formação profissional, base cultural, e trabalham em grandes empresas, por exemplo, ao contrário do que se pensa.

Muitos vegetarianos acompanham seus amigos nas churrascadas e se servem de saladas e vegetais sem problemas, não deixando de conviver com o “status cultural da maioria”, ao contrário do que também se pensa. E não é porque ele ou ela são vegetarianos, que não curtem uma boa danceteria ou cinema, ou jornal, ou um fashion week bem feito e sem sacrifício animal nas vestes, claro...E diga-se roupas confeccionadas com outros materiais nobres ou reciclados é sinal de tecnologia.

Muitos países estão aprimorando suas leis e pesquisas, no tocante aos benefícios dos animais em nosso convívio, treinando os mesmos para reabilitação de doentes mentais, crianças com síndrome de down, etc, da mesma forma que muitas equipes de palhaços realizam projetos nos hospitais.

A culpa pela violência é da política, com certeza!
E se não for, até mesmo um ateu, acaba concebendo a responsabilidade da sociedade estar num caos à Deus: um negligente responsável!

É assim que muitos justificam os problemas, transferindo-os aos outros...

Grandes mudanças acontecem de formas muito pequenas e frequentes.

A questão é que a maioria dos seres humanos não busca um crescimento em novos horizontes e adjetiva preferências pessoais como cultura e cultura como status (o que está em voga), e não como conhecimento.

A busca do conhecimento além das fronteiras escola/formação profissional é adjetivada erroneamente como destinada a pessoas “zen”, e pessoas "zen" não tem objetivos de sucesso...O Zen ou é chato, ou é algo muito longe do nosso alcance.

Interpretações errôneas colaboram para que continuemos neste universo sem amor, sem profundidade, sem envolvimento,sem paz entre seres.

Os animais pagam o preço pela negligência dos atos humanos e muitos humanos não percebem que negligenciando estes fatos estão contribuindo para a violência de si próprios.

Este tema é só um exemplo.

E você?

O que você faz no seu dia a dia pra acrescentar algo de bom além de reclamar da violência?

Aos que abraçam a causa animal, divulgando a realidade, estimulando a adoção e contrinbuindo da forma que podem, meus sinceros cumprimentos!
Safih Quelbèrt - 05/04/07
safih.quelbert@gmail.com
Em tempo:


Assine a Petição:
Petição Internacional "Para mim os animais importam"
469.117 assinaturas (03:20 AM / 05/04/07)
http://www.animalsmatter.org/default.asp


Como fazer denuncias sobre maus tratos aos animais:
http://www.apasfa.org/quem/denurg.html#denuncias


Fontes:
http://www.aila.org.br/assuntos_violencia.htm
http://gballone.sites.uol.com.br/forense/criminologia.html


Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns por suas lúcidas colocações no blog do Reporter Record de ontem.

Vista, divulgue, repasse esta idéia!!!